"Sempre que eu leio sobre os males da cerveja, eu paro... de ler!"

"Give a man a beer, he'll waste an hour. Teach a man to brew and he'll waste a lifetime".

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Kudos para os Fungos!

Quando se discute cerveja, falamos muito do sabor, da cor, do aroma, do teor alcoólico, do estilo, da cervejaria, mas raramente se discute um dos ingredientes mais importantes da cerveja. Este ingrediente é sem dúvida nenhuma o mais importante de todos os que compõem este líquido sagrado. Este ingrediente especial é o fermento.

O fermento, ou levedura, é o carro-chefe de toda cerveja, mas é muitas vezes esquecido ou ignorado quando se fala no assunto. Sem fermento, a cerveja como a conhecemos não existiria. Em vez disso, estaríamos bebendo uma bebida excessivamente doce e desagradavelmente amarga que não nos daria a sensação de euforia a que estamos acostumados. É como diz um velho ditado, “Cervejeiros fazem mosto, levedura faz cerveja”.

Levedura é qualquer um dos vários fungos do filo Ascomycota que se reproduzem por fissão ou brotamento e que são capazes de fermentar carboidratos, transformando-os em álcool e dióxido de carbono. Para colocar de forma mais simples, a levedura é um fungo unicelular que come açúcares simples para produzir álcool e dióxido de carbono. O nome científico para a levedura de cerveja é Saccharomyces, que vem da palavra grega "saccharo", que significa açúcar e “myces”, cogumelo ou fungo. Leveduras desempenham o papel inicial de decomposição na natureza e são encontradas em toda parte, literalmente, morando nas peles de frutas e vegetais, hibernando dentro das barrigas das abelhas, e mesmo vivendo em nossa pele.

Como acontece a ajuda da levedura na produção de bebidas saborosas, como a cerveja? Antes que possamos discutir o papel da levedura na cerveja, devemos primeiro entender o que a cerveja é antes de adicionar o fermento, ou o que chamamos “mosto.” Para se fazer o mosto, o ingrediente principal é geralmente a cevada maltada, que são sementes de cevada germinadas. Uma vez germinada, a cevada é a seguir aquecida para interromper o processo de germinação, o que preserva os amidos, que seriam utilizados pelas sementes para crescerem e se tornarem plantas maduras. Esses carboidratos são o começo do que vai se tornar o alimento para a levedura, convertidos em açúcares mais simples através de um processo chamado maceração, quando a cevada é embebida em água, a uma temperatura específica durante um período de tempo definido. Durante o processo de maceração, as enzimas naturais do grão começam a quebrar o carboidratos em carboidratos menores, ou o que nós chamamos de açúcares simples.

Podemos medimos a densidade destes açúcares na água por gravidade específica, para utilização no cálculo do ABV (álcool por volume) no produto final. O mosto é fervido e agora a receita é seguida como planejado com as adições do lúpulo e de especiarias. Após a ebulição, o mosto é arrefecido a uma temperatura precisa, normalmente em torno de 70° F e colocado nos vasos de fermentação onde é inoculado com as células de levedura. Dentro de 12 a 24 horas deverá haver evidências consideráveis ​​de que a levedura está fazendo seu trabalho, a chamada fermentação: uma quantidade excessiva de gás CO2 deve ser liberado pelo fermentador e uma krausen (espuma bege) se forma.

Álcool e CO2 são os principais subprodutos da fermentação da levedura. A maioria de nós sabe o que o álcool faz, e é uma das principais razões porque gostamos de beber cerveja, mas o papel do CO2 é geralmente uma reflexão tardia. A maioria das cervejarias hoje liberam o gás carbônico na atmosfera e, na hora de carbonatar a cerveja, eles compram CO2 comerciais e forçam-no na cerveja. Sem CO2, a cerveja seria uma bebida como o vinho, e não teria as bolhas e a cabeça espumosa que nós apreciamos. É possível ainda carbonatar a cerveja após engarrafá-la, adicionar uma quantidade de açúcar antes de colocar na garrafa ou barril. A fermentação se reinicia e a levedura começa a produzir uma pequena quantidade de CO2 e álcool, apenas o suficiente para carbonatar a cerveja.

Existem atualmente cerca de 1.500 tipos de leveduras diferentes, mas a maioria dos fabricantes de cerveja geralmente selecionam a partir de um pequeno número de boas cepas conhecidas, transmitida por centenas de anos. As três maneiras mais fáceis de categorizar leveduras são por leveduras Ale (Saccharomyces cerevisiae), levedura de Lager (Saccharomyces pastorianus) e leveduras selvagens (Brettanomyces). Leveduras Ales fermentam no topo do vasilhame e trabalham bem na temperatura ambiente, criam um aroma e sabor mais frutado e pode ter uma média de 10 dias para completar a fermentação. A maioria das cervas artesanais hoje em dia usam a levedura Ale para produzir IPA’s, hefeweizens, Pale Ales, Stouts, etc. Leveduras Lager fermentam no fundo do vasilhame e trabalham bem em temperaturas mais frias e produzem uma cerveja de sabor mais “limpo”, mas pode levar até 45 dias para completar a fermentação. Esta é a estirpe de levedura que tem sido usada para fazer a maior parte das cervejas comerciais, como as Pilsens.
Leveduras selvagens são usadas desde que a cerveja surgiu e ainda hoje é parte da produção de Lambic, Saison e Farmhouse. O nome Brettanomyces surgiu em 1900, quando esta levedura foi identificada como causa de deterioração em Ales na Inglaterra e, por isso, foram chamadas “fungo britânico”. Brettanomyces, ou Brett, é uma forma de levedura que acidogênica e, quando se desenvolvem muito, cria ácido acético, o mesmo ácido causador do sabor azedo do vinagre. Recentemente, cervejarias americanas como a Russian River, Lost Abbey, Jolly Pumpkin, Allagash, dentre outras, estão usando muito as leveduras selvagens, dando uma característica muito diferente para as suas cervejas. Pouco ainda se sabe sobre as várias cepas de leveduras selvagens e suas reações reais durante a fermentação, mas o recente interesse em Sour Beers está alavancando a investigação científica sobre o assunto.
Há uma série de amidos diferentes no mosto, glucose, frutose, sacarose, mas principalmente maltose. A levedura não consegue processar totalmente alguns dos açúcares mais complexos, tais como maltotriose, o que dá à cerveja um sabor doce e maltado.

Quando a fermentação termina, as leveduras se “desligam” e se acumulam no fundo do vasilhame. Este processo, chamado de floculação, é exclusivo para levedura de cerveja, uma espécie de seleção natural, já que essa capacidade faz com que estas leveduras sejam coletads e reutilizadas, além de permitir que a cerveja fique mais clara. Se o fermento é menos floculante, como numa hefeweizen, eles ficam suspensos e produzem uma cerveja turva e nebulosa. Leveduras selvagens, como Brettanomyces, não floculam bem. Por isso estas novas cervejas feitas com fermento selvagem são recomendadas para que as deixem envelhecer como uma garrafa de vinho.

A taxa a que o fermento come os açúcares do malte é chamada de “atenuação aparente”, o que é medido pela percentagem de açúcares que a levedura consome. Quanto maior a percentagem de atenuação, menos doçura e corpo residual a cerveja acabada terá. Esta porcentagem é importante para as cervejarias profissionais, já que se a atenuação não for precisa, o produto final não será consistente e não será possível fazer o controle de qualidade. A levedura é muito específica e diferente em cada região. Um pão aqui no Brasil e na África terá sabores diferentes, mesmo se feitos com a mesma receita, e o mesmo conceito vale para cerveja.

Até o uso de tecnologias de laboratório recente, cervejarias usavam a mesma estirpe de levedura por muito tempo, dando para cada cervejaria um toque e características especiais e únicas, principalmente no sabor e aroma, como ainda acontece com as cervejarias mais antigas da Europa. Hoje em dia não existe a preocupação com o transporte de leveduras, por exemplo, ou excesso de calor ou contaminação. Por exemplo, as cervejarias belgas nos Estados Unidos usam leveduras que foram trazidas da Bélgica há muitos anos.

Estas diferenças é o que possibilitam os mais diversos estilos de sabores e aromas da cerveja. Estes sabores e aromas são referidos como fenóis e ésteres. Por exemplo, a diferença entre uma pale ale americana e uma hefeweizen alemã se devem mais aos ésteres produzidos pela levedura do que ao trigo adicionado no hefeweizen. A Hefeweizen (que literalmente significa "trigo fermento"), deve o seu sabor leve de banana ou o aroma de cravo por um éster, o acetato isoamílico. Hefeweizens são fermentadas num temperatura mais alta e possuem leveduras menos floculantes. A maior parte das american pale ales são fermentadas a uma temperatura ligeiramente mais baixa e com levedura mais floculante, da Califórnia. Outro sabor comum encontrado em algumas cervejas estilo inglês e belga, que são estritamente devido à levedura, são aqueles sabores verde-maça, do éster butirato isoamílico. A língua humana é muito sensível a estes sabores, o que significa que pode ser desagradável em concentrações mais elevadas.

Além da produção do álcool na cerveja, a levedura é o fungo microscópico responsável por fornecer as bolhas e muitos dos aromas e sabores da cerveja. Por isso, o fermento pode ser considerado, sem medo de errar, como o componente mais importante na fabricação da cerveja. Muitas cervejarias manter suas estirpes de leveduras sob sete chaves com altos níveis de segurança, enquanto outras simplesmente usam a levedura selvagem que extraem do ar livre na região. Sem esses organismos unicelulares, não haveria cerveja, vinho, cidra, pão, pizza, etc. Portanto, é devida toda a atenção e respeito que a levedura merece. A próxima vez que você se sentar para desfrutar de sua cerveja favorita e comentar sobre seus sabores e aromas, não se esqueça que não está ali apenas o lúpulo e o malte. São trilhões de trilhões de microorganismos criados para fazer esta bebida dos deuses.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Como reutilizar os restos de grãos de cevada fazendo a alegria do seu cão


Se você é um apaixonado  pelo processo de fabricação de cerveja artesanal e gosta de explorar o lado mais criativo desta arte, aqui vai uma dica para reutilizar os restos de grãos de cevada que você provavelmente joga fora.
Normalmente estes restos, numa cervejaria de médio ou grande porte, são usados para alimentar gado, mas a pequena quantidade que você vai ter em mãos no caso da cerveja artesanal não vai valer a viagem até a fazenda mais próxima, a não ser que você mesmo seja o criador do gado...
No entanto, não há necessidade de jogá-los na lata de lixo, principalmente se você tem um cachorro ou conhece alguém que tenha. Cães gostam destes restos de grãos tanto quanto as vacas, e com certeza vai apreciar esta receita de biscoito. Aliás, se por acaso essa ideia te causou estranheza, talvez baste que eu diga que a maioria dos biscoitos são feitos com resto de grãos, principalmente de trigo.
Então, da próxima vez que você fazer um batch de cerveja, abaixo está uma fácil receita de como transformar o resto de grão na alegria do seu melhor amigo.

Ingredientes:
4 copos de restos de grão
4 copos de farinha de trigo
1 copo de carne moída ou frango moído ou mortadela moída (dependendo do sabor que queira dar ao biscoito
1 ovo

Preparo:
Misture bem todos os ingredientes numa tigela. Espalhe a mistura numa forma de pizza, de preferência. Use um molde para fazer os desenhos do biscoito (faça garrafa de cerveja ao invés dos tradicionais ossos...). Asse por 30 minutos num forno à 350ºF. Tire do forno e separe os biscoitos na fôrma, separando-os. Ponha-os de volta no forno a fogo brando até que fique bem seco, para evitar que se torne uma colônia de fungos... Tire do forno e deixe esfriar.
Sirva seu melhor amigo enquanto você saboreia a sua cerva artesanal.

domingo, 4 de novembro de 2012

150 Anos de Bières de Chimay



Muito provavelmente, na sua jornada em descobrir cervejas gourmet, você provou uma Chimay. Para muitos, esta cerveja foi o primeiro passo na abertura dos portões do encantado mundo das melhores cervejas. As famosas garrafas Red, Blue e White são as estampas das melhores cervejas gourmet desde que cervejas gourmet existem. E, este ano, Chimay está comemorando um impressionante aniversário de 150 anos.

Chimay é uma autêntica cerveja trapista, ou seja, é fabricada num mosteiro da ordem dos monges trapistas, sob o controle e responsabilidade da comunidade de monges, e cujos lucros são dedicados ao serviço social.
Tendo sido fundada em 1862, pouca coisa mudou com o passar do tempo, na medida em que eles continuam focados nas três cervejas e não produzem nada mais. Tudo começou com a vermelha, chamada “Premiére”, por razões óbvias, que foi a única a ser produzida por 86 até que eles finalmente começaram a produzir a azul como uma oferta de feriado depois da reconstrução da cervejaria em 1948, após ter sido destruída durante a Segunda Guerra Mundial.  Trazendo uma nova variedade de levedura e um equipamento mais moderno, é comumente referida como “Grande Reserve” devido às suas qualidades de envelhecimento.
Dezoito anos depois, “Cinq Cents” nasceu, a ultima adição à família Chimay. O nome é uma referência ao 500º aniversário da cidade de Chimay, onde fica a cervejaria. É também conhecida como a Chimay branca.
Hoje, comemorando seus 150 anos e com três das mais respeitadas cervejas do mundo, Chimay é um exemplo de trabalho consistente e de qualidade. Para celebrar, em breve eles irão inaugurar o museu Chimay, nos dando outra razão para marcar aquela viagem para a Bélgica. 

Oração do Cervejeiro

"Cerveja Nossa,
Que estás no Barril,
Santificado seja o Teu gole,
Faça de mim um Ébrio,
Assim em casa como no bar,
O pão líquido de cada dia nos daí hoje,
E perdoai-nos se algo entornar,
Assim como perdoamos os que entornam ao nosso lado,
E não nos deixai ser encarcerados, Mas nos livra da ressaca,
Porque Teu é o Malte, a Levedura e o Lúpulo.
Para todo o sempre,
Barman!"

Receita de Spaghetti com Frango

Aqui quero unir duas de minhas paixões, a cozinha e a cerveja. Não há nada mais sofisticado do que preparar um bom prato tendo como a cerveja como ingrediente para intensificar ou acentuar o sabor e aroma de alimentos. Mas lembre-se, a cerveja não deve omitir o sabor do prato, mas fortifica-lo.
Pode-se usar a cerveja para marinar, refogar ou apenas adicionar sabor ao prato. Além de um sabor mais sofisticado, é muito saudável. Aliás, se o assunto é saúde, a cerveja pode ser usada para substituir parte do óleo usado para refogar, por exemplo. Ao invés de usar meio copo de óleo, use um quarto de cada, óleo e cerveja. O álcool da cerveja se evapora ao cozinhar e o sabor da cerveja se mantém no prato.
Uma dica, não use para cozinhar uma cerveja que você não beberia. Se você não gosta do gosto da cerveja, com certeza não apreciará o sabor do prato. E sempre use o mesmo tipo de cerveja que irá beber em acompanhamento com o prato, ou uma semelhante.

Escolhi esta receita de Spaghetti com Frango como meu primeiro post sobre o assunto porque sei que rola certo preconceito em relação aos diversos tipos de macarrão serem harmonizados com cervejas. Parece que a ideia espaguete-vinho está muito cauterizada mesmo na mente de certos conceituados sommeliers como coisas indissociáveis. Não concordo e acho que vale a pena provar esta combinação. Estereótipos que vão à casa do Carvalho!
Quanto à harmonização, quando fiz este prato tomei uma Summer Love, da cervejaria Victory Brewing, uma American Blonde Ale. Tinha diminuído a quantidade de molho de pimenta, então pensei em ir meio-termo também na cerveja. Assim teria o mesmo efeito de uma Amber Ale, por exemplo. O teor de lúpulo atravessa bem o queijo e contrasta com a riqueza do molho. Vale lembrar que ali também tem frango, então vale a dica da cerveja “meio-termo”.
Se você quiser ir um pouco mais forte no molho de pimenta (nem tanto para não estragar a degustação do prato), minha sugestão seria uma IPA, para o tão sempre agradável combate da pimenta com o lúpulo da IPA.

Então, aí vai a receita de Spaghetti com frango:

350 gramas de macarrão tipo espaguete cozido e mantido quente
1 colher de sopa de manteiga sem sal
2 colheres de sopa de gordura de bacon
1 cebola grande picada
1 pimentão verde picado
1 xícara de cogumelos picados
3 dentes de alho picados
1 colher de chá de molho inglês
2 colheres de chá de pimenta em pó
1 colher de sopa de farinha de trigo
1 e meio copo de cerveja
3 tomates maduros picados
¼ xícara de molho de pimenta (ou a gosto)
¾ xícara de creme de leite
2 colheres de sopa de salsa picada
2 xícaras de frango desfiado
1/2 copo de azeitonas verdes picadas
2 xícaras de queijo cheddar ralado

Modo de Preparo:
Pré-aqueça o forno a 350 °. Em uma tigela, misture o macarrão e a manteiga, jogando para cima para misturar bem. Em uma frigideira em fogo médio, aqueça a gordura de bacon. Adicione a cebola, a pimenta, cogumelos, alho, molho inglês e pimenta em pó, mexendo por cerca de 15 minutos até que os legumes fiquem macios.
Polvilhe a farinha sobre a mistura de legumes, mexendo para misturar bem. Adicione a cerveja, tomate e molho de pimenta. Ferva bem esta mistura em fogo baixo sem tampa na panela por cerca de 30 minutos até que o molho fique espesso.
Retire a panela do fogo e acrescente o creme de leite e a salsa picada, misturando bem. Despeje o molho sobre o macarrão e misture bem. Misture também, numa tigela em separado, o frango desfiado, a azeitona e o queijo cheddar.
Agora, numa fôrma, você vai montar tudo para ser levado ao forno. Como se faz uma lasanha, coloque metade do espaguete na fôrma. Ponha uma camada com metade da mistura de frango/queijo/azeitona. Colocar outra camada de espaguete em cima da camada de frango e, finalmente, o restante do frango/azeitona/queijo.
Asse tudo no forno a 350° por aproximadamente 25 minutos ou até que o queijo derreta.
Serve 6 porções.

sábado, 3 de novembro de 2012

Aspectos Nutricionais e Benefícios para a Saúde

Em 2001, uma pesquisa realizada na University of Texas Southwestern Medical School pela Dra. Margo Denke mostrou que o consumo moderado de álcool pode diminuir consideravelmente o risco de doença cardíaca e AVC. Se essa notícia parasse por aí, não seria diferente da maioria das notícias sobre o assunto. Bebida alcoólica com moderação faz sim, muito bem à saúde. Mas a doutora deu um passo além afirmando que a cerveja é realmente mais benéfica do que outras bebidas alcoólicas, inclusive vinho tinto, pois contém muito mais nutrientes do que o vinho e demais bebidas.

A maioria dos especialistas dirá que o consumo moderado são 2 a 3 cervejas por dia para um homem e 1 ou 2 para as mulheres, exceto para Dr. Hoffman, para quem o consumo moderado é uma cerveja por hora... 
Claro que isso depende da capacidade metabólica de cada pessoa, mas o consumo exagerado é prejudicial e pode causar muitos males. Então, enquanto bebedores moderados podem ser mais saudáveis do que não bebedores, bebedores exagerados estão entre os mais prejudicados. Obviamente mulheres grávidas e pessoas com problema de alcoolismo devem ficar longe da cerveja.

Diferentes tipos de cerveja podem ter diferentes benefícios para a saúde, como por exemplo:
- Indian Pale Ales (IPA’s): Como estas cervejas possuem quase 80 vezes mais lúpulo do que encontramos numa lager, por exemplo, a quantidade de polifenol destas cervejas são maiores. Esta substância combate o câncer, diminui o colesterol e mata vírus. Apenas um copo de 12oz de uma IPA possui polifenóis suficientes para causar um impacto no organismo.
- Stouts (Cerveja Escura): Cervejas escuras tendem a possuir naturalmente menos quantidade de calorias e de álcool, apesar do comum erro de confundir cor escura com excesso de caloria ou álcool.
- Wheat Beers and Hefeweizen Beer (Cervejas de Trigo): Na Alemanha é comum se prescrever cervejas de trigo para pacientes com deficiências vitamínicas. São grandes fontes de vitamina B e sais minerais, uma vez que estas cervejas tendem a possuir mais levedura que as demais. A levedura também ajuda o sistema imunológico, o stress e a fadiga, bem como o fígado na desintoxicação do organismo. 

Aspectos nutricionais gerais de uma cerveja comum:
11 oz de água pura
14% de calorias
11% de proteínas
12% de carboidratos (tem função energética) 
9% de fósforo dietético (ajuda a se ter um envelhecimento saudável)
7% de riboflavina (vitamina B2, bom para o metabolismo, os olhos, a pele e o cabelo)
5% de niacina (vitamina B3, auxilia no metabolismo celular e reparação do DNA)
150 calorias
Zero de gordura
Zero de colesterol
Zero cafeína
Zero nitrato
1 gr. de proteína
Quantidades significativas de magnésio, selênio, potássio e biotina
No tocante às vitaminas do complexo B, inclui quantidades impressionantes de B3 (niacina), B5 (ácido pantotênico), B6 (piridoxina), e B9 (folato), com pequenas quantidades de B1 (tiamina, B2 (riboflavina), B12 (inotisol e colina).

Os benefícios de saúde da ingestão moderada e diária de cervejas incluem:
• 20% a 30% de redução de mortes por causas diversas
• Redução de 13% na incidência de doenças em geral
• Risco significativamente reduzido de úlceras
• Redução significativa (de 40% a 50%) no risco de desenvolvimento de cálculos biliares e pedras nos rins
• Incidência reduzida em 45% de acidente vascular cerebral, incluindo os diabéticos tipo II
• Diminuição em 56% do risco de angina (dor no peito causada pelo baixo abastecimento de oxigênio ao músculo cardíaco, geralmente devido à obstrução ou espasmos das artérias coronárias
• Diminuição em 47% de infarto do miocárdio
• Risco substancialmente mais baixo de aterosclerose da carótida (depósito de gorduras nas carótidas que podem causar AVC)

Mais sobre harmonização

Abaixo dou exemplos de pratos que combinam com determinados tipos de cerveja:


- Pale Ales - saladas, aperitivos leves, peixes e frutos do mar (camarão, carangueijo).
- Indian Pale Ales (IPA) – Pedem mais sabor, como carne de porco, pizza e frango frito, bem como saladas leves e pratos de marisco. O fato de ser bastante lupulada a faz uma excelente companhia para comidas apimentadas.
- Wheat, weiss ou witbier – Com estas, o melhor são pratos leves e sutis, como pratos de frutas e saladas. O motivo é que estas cervejas possuem forte presença de restos de fermento e senti-los fazem toda a diferença. Elas podem ir bem também com a sobremesa. A Hefeweizen alemã vai bem com creme de banana e uma Witbier seria ideal com uma sobremesa de laranja, que fazem sobressair  o estilo cítrico desta cerveja.
- Stouts e Porters - Churrasco, pratos refogados, carnes vermelhas em geral. Use a criatividade e sirva a carne ao molho pardo. Também sobremesas achocolatadas e café expresso.
- Imperial Stout e Sweet Stout – Sobremesas de chocolate com framboesa ou um fondue de chocolate. Recomendado para sobremesas mais pesadas.
- Blonde, Gold, Lagers and Pilsens – Vão bem com comidas picantes ou comidas pesadas com sabor dominante. Sendo cervejas muito leves e sem muitas nuances, não haverá o que perder no sabor da cerveja, enquanto se refresca a boca após a degustação de pratos com forte tempero ou picante. Uma pilsener mais lupulada pode melhorar o sabor de um peixe ou marisco, além de alimentos fritos.
- Brown Ale – Acompanha bem um frango com molho marrom ou carne de caça.
- Amber Ale – pizza, alimentos meio picantes ou até mesmo ser usada como substituta para a Brown Ale. Não combina com doces, pois estas normalmente possuem pouco lúpulo e muito malte. Ambers são um bom meio-termo e vão bem com quase tudo: hambúrgueres, queijo grelhado, frango assado e sopas.
- Marzen, Bock – Outro bom substituto para browns e ambers. Também vão bem com pratos mais picantes, salsichas, salgadinhos. Algumas bocks mais doces podem acompanhar uma sobremesa
- Belgas Dubbel e Tripel – Definitivamente pedem queijos, como gorgonzola. Podem ser servidas como digestivo após o jantar
- Fruit Beer – Uma salada de alface com um molho vinagrete de fruta ou uma salada de frutas. Também vão bem com uma sobremesa leve de frutas.
- Lambic – Tortas de cerejas, bolos com calda de fruta ou um prato principal que tenha frutas, como frango ao molho de framboesa ou porco ao molho de pêssego.
- Barleywine - Tende a ser muito dominante sobre qualquer prato, por isso recomenda-se servir sozinhos, como se fosse um brandy ou conhaque, possivelmente com um charuto. Queijos fortes podem ter um bom efeito também.