"Sempre que eu leio sobre os males da cerveja, eu paro... de ler!"

"Give a man a beer, he'll waste an hour. Teach a man to brew and he'll waste a lifetime".

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sábado, 17 de novembro de 2012

A Resistência tem Aroma e Sabor



Numa terra de abstêmios ferrenhos, o dono de uma cervejaria pode ser considerado um herói  Este é o caso de Nadim Khoury, o cervejeiro proprietário da microcervejaria Taybeh, a única cervejaria em território palestino. Esta localizada na cidade de mesmo nome, na região da Cisjordania, a 35 quilômetros ao norte de Jerusalém e possui maioria cristã ortodoxa.
Khoury aprendeu a arte cervejeira quando morava em Boston, EUA, com seus colegas de quarto. Na década de 90, quando da assinatura dos Acordos de Oslo, o clima de otimismo o levou de volta a sua terra natal com o objetivo de montar a primeira cervejaria. Claro que nenhum banco da região comprou a ideia, então a família precisou investir recursos próprios. E foi isso, no final, que salvou a cervejaria, já que quando o negocio passou por uma grande crise em 2000, no auge da Intifada, a grande maioria dos outros negócios da região declararam falência em função de dividas com os bancos.
A cervejaria produz quatro tipos de cervejas: Golden, Lager, Amber e Dark. A cerveja Taybeh foi o primeiro produto palestino a ter uma franquia na Alemanha, onde se produzem a Taybeh para o consumo europeu. Também é exportada para o Japão  onde tem uma aceitação muito grande.
Em 2007 a cervejaria começou a produzir a Taybeh Hallal, uma cerveja sem álcool  para conquistar o publico islâmico e, claro, garantir a própria sobrevivência no caso de uma mudança no cenário politico da cidade. No entanto, a falta de liberdade econômica nos países árabes dificulta a exportação da cerveja sem álcool.
A ocupação cria outros problemas, como na distribuição  Apesar de estar a apenas 35 quilômetros de Jerusalém  os caminhões que distribuem a bebida para Israel devem passar num ponto da fronteira que fica a duas horas de Taybeh, onde a carga é revistada e transferida para caminhões israelenses. Como a cerveja não leva conservantes, o fato de ficar exposta tanto tempo ao sol pode ser problemático  Alem disso, apesar de Khoury ter um passaporte americano, por ser palestino ele precisa de uma permissão para entrar em Jerusalém  só podendo entrar a pé e não podendo pernoitar.
Alem de vencer a barreira de conseguir vencer num ambiente hostil, a cervejaria também inova porque ali trabalha como mestre-cervejeira a primeira mulher palestina a exercer a função  Madees Khoury, filha de Nadim e futura herdeira do negocio da família  Khoury considera a cervejaria um simbolo de resistência pacifica a ocupação  que mostra ao mundo que o homem comum palestino quer ter uma vida normal, quer se divertir e curtir uma bebida saudável e saborosa.